Bruno Kowalski


Obra doada para a
coleção ARTEMÍDIAMUSEU

Máquina de ruído

2020, instalação web feita com modelagem 3D e renderização


“Máquina de ruído” é um trabalho construído em uma página simples, composta por duas imagens de fundo e uma imagem central, um vídeo exibido em loop e embeds (widgets ou atalhos) do Twitter junto a um player de áudio com o título “Iniciar protesto”. O trabalho propõe uma abordagem em que o visitante participe desse protesto que acontece de forma totalmente virtual. De forma anónima, é possível enviar frases e áudios na caixa de mensagens que mais tarde aparecem na página como palavras de ordem proferidas pela multidão construída em modelagem 3D.

apresentação

Tensionando as linhas entre ficção e realidade, a comunicação através das novas mídias e as ferramentas digitais permitem a edição e construção de imagens baseadas naquilo que se tem como passível de ser registrado em rede ou não. Em um mix de referências pop e reflexões em torno do pós-digital, Bruno Kowalski traz a tona essa discussão expondo como, em um mundo cada vez mais imerso no digital, é provável que estejamos construindo versões outras do que somos, o que acaba por dar origem a verdadeiras performances digitais. 

Convocando também a participação do público na construção dos trabalhos, o artista aciona os conceitos de presença e multiplicidade dos indivíduos. Assim, a partir das possibilidades de interação, são evidenciadas as diferentes identidades arquitetadas e apresentadas online através de discursos, textos, imagens, vídeos, ou até mesmo, no caso de Bruno, de formas criadas a partir da técnica de modelagem 3D. 

Os trabalhos de Bruno Kowalski apresentados em Segue em Anexo abordam as possibilidades de construção da própria imagem no mundo digital. Seja na espetacularização de si em Starring…Me!, no humor ácido de Cavei Minha Própria Cova, ou no possível anonimato de Máquina de Ruído, o artista responde à questões ainda pertinentes sobre como exibimos nossa subjetividade nas incontáveis telas que ocupamos, frequentemente sem questionar o que essa projeção acarreta em nossa percepção de mundo.

Curadoria: Matheus Miranda, Rachel Vallego, Renata Reis e Thiara Grizilli.


Cavei minha própria cova

2020, instalação digital feita com modelagem 3D e renderização.


Trata-se de uma modelagem 3D manipulável pelo espectador no qual observamos uma pilha de terra cercada por papéis, latas e garrafas plásticas e na parte superior uma grande faixa vermelha com os dizeres “cavei minha própria cova”. Do centro da pilha, emerge uma mão triunfante que carrega a pá em uma pose afirmativa. Em uma reflexão sobre autonomia, a figura principal mostra ter plena consciência das consequências de suas ações e escolhas. Mas há também um certo tom de ceticismo quando um dos papéis que voam ao redor da cova traz a mensagem “o futuro não é possível”.


Staring…Me!

 2020-2021, fotografia digital


O vídeo exibido em looping de Starring… Me é construído a partir de frames iniciais extraídos de famosos filmes hollywoodianos de diferentes décadas, editados para que o próprio artista apareça como o responsável pela realização de todos os processos envolvidos na construção desses. Valendo-se da ironia e do humor, Bruno Kowalski cria uma aura de herói épico em torno de si mesmo, e elege-se como criador e estrela principal de seu próprio filme.

biografia

Bruno Kowalski é um artista visual baseado em São Paulo. Formado pela Universidade de Brasília, participou de exposições no Brasil e na Europa com trabalhos de arte digital, pintura e instalação. Suas obras integram coleções de instituições como o Museu Nacional da República, a Pinacoteca de São Bernardo do Campo, o Museu Casa Niemeyer, entre outros.